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Hoje, dia 15 de maio, celebramos o Dia Mundial da Consciencialização sobre a Acessibilidade/GAAD (Global Accessibility Awareness Day) com a partilha e reforço da importância da inclusão digital dos utilizadores com deficiência visual.

O crescimento da digitalização e aumento dos serviços online não são equivalentes nem proporcionais à correta ou boa experiência do consumidor. A acessibilidade tornou-se uma preocupação/necessidade posterior quando as consequências começaram a impactar os negócios. A insatisfação com os canais digitais dos consumidores europeus está abaixo da média mundial mas 28% é atribuída às más práticas de UX/UI (experiência e interface do utilizador).

Em Portugal, há registo de 8,73 milhões de utilizadores da Internet dos quais 11% usam sistemas de voz para a navegação. Para os utilizadores com deficiência visual não existe alternativa a estas tecnologias de leitura de ecrã ou equivalente, são cerca de 2 biliões no mundo e 900 mil a nível nacional que são excluídos sempre que a sua acessibilidade não é tida em conta no processo de desenvolvimento dos produtos e serviços digitais.

"... É estimado que empresas com websites e estratégias digitais sem acessibilidade percam $6.9 biliões anualmente com a frustração da audiência com deficiência visual, que acaba por optar pela concorrência...” - Rebecca Wettemann and Trevor White, "The internet is unavailable”, July 2019, (fonte)

Os principais responsáveis pela inclusão e cumprimento são os designers dos produtos e serviços digitais, a acessibilidade tem de fazer parte, obrigatoriamente, do processo de design destas soluções. Os desafios e principais constrangimentos apontados para este atraso são: a falta de competências técnicas e de conhecimento de ferramentas dos profissionais; o problema da variedade de problemas dentro do espectro da deficiência visual e as diversas e distintas respostas que cada um requer; e a não integração destes testes de acessibilidade no processo de design (tido como um extra).

Tornar um produto/serviço mais acessível não é um processo mais caro nem particularmente demorado quando bem implementado, é uma questão de vontade de inclusão e de repensar os atuais processos.

Para cobrir a variedade do espectro da deficiência visual não é necessária uma solução individual para todas, a oferta de ferramentas de edição e personalização da vista da página já dá uma grande resposta. Alguns exemplos de primeiros bons passos são: o assegurar que é permitido o aumento da letra e o zoom da página; a disponibilização da versão áudio, mesmo que gerado pela IA, de artigos e conteúdos texto; e o uso de ferramentas gratuitas de testagem do contraste e da legibilidade das cores.

Idealmente, todas as empresas proclamadas inclusivas seguiriam as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (da WAI) e da Diretiva (nacional) da Acessibilidade da Web da AMA. Todos os designers de produtos e serviços digitais teriam no seu processo o teste, com leitores de ecrã ou equivalente, da navegação áudio das páginas. Também eles testados em auditorias de acessibilidade, com a qualificação das empresas nesta matéria.

Para que esta transição para a acessibilidade, também ela um compromisso do .PT, seja favorável, é importante a aposta na qualificação dos mesmos nestas matérias. A IAAP (International Association of Accessibility Professionals) é um ótimo núcleo internacional de informações e certificações, e, a nível nacional, a Lisbon Digital School é uma forte e qualificada alternativa para formação, com a mais recente aposta do .PT no curso online de Acessibilidade Digital na Prática para Developers.

O digital é cada vez mais abrangente e obrigatório para a navegação no nosso mundo atual de serviços, ninguém deve ser excluído dessa realidade. A inclusão de boas fundações é a base para designs mais acessíveis - com o desenvolvimento coeso, colaborativo e de melhoria continua - para uma digitalização de e para tod@s.